P: O que é importante para o sector do fitness saber sobre marketing nesta era digital?
R: Agora, mais do que nunca, as instalações de fitness precisam de um ponto de vista forte. No passado, era suficiente competir em termos de serviços - quem tinha as melhores máquinas, treinadores ou preços. Atualmente, com o aumento da concorrência, especialmente em linha, o que o distingue é o que defende, mesmo que, por vezes, possa parecer divisivo.
P: Em que é que o ponto de vista difere da identidade da marca?
R: Há alguma sobreposição porque a identidade da marca deve resultar do seu ponto de vista. Mas, em última análise, o seu ponto de vista é maior. É: "Eis o que defendemos. Não estamos a recuar e não somos para todos."
A chave é compreender os diferentes públicos e adaptar a sua comunicação a eles. Não tem de reduzir todo o seu ginásio a um nicho, mas considere a forma como se dirige a pessoas com necessidades muito diferentes - como uma mãe que se esforça por fazer exercício entre as idas à escola e um reformado que se preocupa em manter a densidade óssea.
Conhecer o seu público e saber o que representa é mais importante do que nunca.
P: Como é que se consegue ultrapassar o ruído online para encontrar o seu público?
R: Pode parecer contra-intuitivo, mas tentar apelar a toda a gente não o vai ajudar a destacar-se. Por exemplo, em vez de visar amplamente qualquer pessoa dentro do código postal das suas instalações, segmente esse público e fale diretamente com diferentes grupos dentro do mesmo.
A defesa dos empregados também é poderosa. Dê aos formadores e ao pessoal a possibilidade de criarem conteúdos que mostrem por que razão gostam de trabalhar na empresa; isso tem mais impacto do que as mensagens da empresa.
E, finalmente, preste atenção às tendências - aproveitá-las pode reduzir os custos de publicidade e aumentar a visibilidade.
P: Que ferramentas digitais recomenda e qual é o papel da IA em tudo isto?
R: O marketing de influência é uma coisa que ainda vemos funcionar muito bem, especialmente com micro-influenciadores. Não é necessário ter um grande número de seguidores. Se um membro apaixonado partilhar o seu amor pelo seu ginásio e se colocar algum dinheiro de publicidade por trás disso, isso pode ter mais impacto do que o apoio de uma celebridade.
A IA é um fator de mudança para a eficiência. Desde a criação de SOPs até à execução e análise de campanhas publicitárias, poupa tempo e melhora a tomada de decisões.
P: Em que plataformas é que as empresas se devem concentrar?
R: O Instagram e o Facebook são fundamentais devido às suas grandes audiências e à variedade de opções de segmentação. O YouTube continua a ser um sucesso, incluindo o YouTube Shorts. É um motor enorme e é perene - as pessoas podem descobrir conteúdos ao longo dos anos.
Estas são as principais, mas o LinkedIn também tem uma comunidade de bem-estar em crescimento, centrada numa vida saudável. E, dependendo dos recursos e dos objectivos, o Pinterest também pode ser uma plataforma estratégica.
P: Como é que equilibram a IA com o elemento humano?
R: É ótimo posicionar a IA como apenas mais uma ferramenta. Por exemplo, um treinador pode trabalhar com um cliente três vezes por semana e o cliente introduz na IA o que está a fazer nos outros dias. A IA torna-se um co-treinador, mas não pode substituir a ligação humana entre o cliente e o treinador.
Duas coisas sempre deram uma vantagem à humanidade: inteligência e ligação. Com a IA a começar a complementar a inteligência, a ligação é mais importante do que nunca. As instalações de fitness têm uma enorme oportunidade de ir além de proporcionar apenas um espaço de treino para promover um terceiro lugar, uma verdadeira comunidade.